André Cezar de Oliveira Lima
Certo dia, aos dezesseis anos de minha vida, em um arroubo de estupidez adolescente, disse a uma amigo, mais velho, que tanto fazia se eu votasse nesse ou naquele candidato a um cargo político que não me lembro agora qual era.
Esse amigo me disse uma coisa que nunca mais esqueci: “Eu já vi velhos de 16 anos e já vi jovens de 80 anos, Eu não gostaria de olhar para você e ver um velho de 16 anos”.
É verdade. Agora que trabalho com velhos e novos de mais de 60 anos percebo que velhice nada mais é que um estado de espírito.
Segue um poema de Florbela Espanca, uma velhinha que desistiu de viver aos 36 anos.
Velhinha
Florbela Espanca
Se os que me viram já cheia de graça
Olharem bem de frente para mim,
Talvez, cheios de dor, digam assim:
"Já ela é velha! Como o tempo passa"!..."
Não sei rir e cantar por mais que faça!
Ó minhas mãos talhadas em marfim,
Deixem esse fio de oiro que esvoaça!
Deixem correr a vida até ao fim!
Tenho vinte e três anos! Sou velhinha!
Tenho cabelos brancos e sou crente...
Já murmuro orações... falo sozinha...
E o bando cor-de-rosa dos carinhos
Que tu me fazes, olho-os indulgente,
Como se fosse um bando de netinhos...
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Fonte: Projeto Releituras. Acesso em: 07/04/2009
http://www.releituras.com/fespanca_menu.asp

Ainda bem que eu sou um jovem de 19 anos. Sabe, pode ser divagação total, mas como diria a música do Chaves... "Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda, amanhã velho será, velho será, velho será, a menos que o coração se sinta, na juventude, que nunca morrerá."
ResponderExcluirEu com toda certeza serei jovem eternamente.
Bonitos textos. abraços.