terça-feira, 31 de março de 2009

Quando vovó começou a esquecer do mundo


Livro mostra como Sofia aprendeu a conviver com a doença de Alzheimer na família


Perdas e sofrimento de toda ordem costumam nos confundir e atropelar nossas emoções. Quando uma pessoa que amamos adoece gravemente é como se parte do mundo ao redor desmoronasse. Uma mescla de sentimentos – dor, revolta, tristeza, raiva, culpa e medo – nos invade. E se para os adultos enfrentar situações assim costuma ser muito difícil, para as crianças a experiência não é menos dolorosa. É desse tema que trata A vovó virou bebê, da jornalista Renata Paiva, lançado pela Panda Books. Ilustrado pela artista plástica Ionit Ziberman, o livro conta a história de Sofia, uma menina de 7 anos, que se vê obrigada a conviver com uma dura realidade: a doença de Alzheimer de sua querida avó. “A cabeça da pessoa fica uma bagunça... Primeiro ela não consegue saber onde guardou as lembranças. Depois, as memóriasvão fugindo das gavetas e fica complicado recuperar o que se perdeu”, observa a personagem. Ao fim da história, contada com delicadeza, são respondidas perguntas sobre a patologia e sugeridas aos pequenos leitores formas cuidadosas de lidar com a pessoa afetada pelo distúrbio. A obra pode ser extremamente útil, principalmente se considerarmos que cerca de 10% das pessoas com 65 anos ou mais é acometida pela doença, e 47% dos idosos acima de 85 anos sofrem do problema em algum grau. Quanto mais avançada a idade, maiores as probabilidades de a doença se manifestar. E, com o aumento da expectativa de vida, em breve mais famílias terão de lidar com o problema. (Gláucia Leal)

Fonte: Mente e Cérebro. Acesso em: 31/03/2009

http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/quando_vovo_comecou_a_esquecer_do_mundo.html

quinta-feira, 26 de março de 2009

Lya Luft - Canção na plenitude












Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.


O texto acima foi extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.

Fonte: Releituras.com.br. Acesso em:26/03/2009

http://www.releituras.com/lyaluft_plenitude.asp

OMS alerta para AIDS nos idosos

(Portugal)
Estudo
. Organização defende necessidade de reorientar campanhas de prevenção

O Viagra e as relações sexuais desprotegidas estão a causar um "surpreendente aumento" das infecções com o vírus da sida entre os idosos. As conclusões são de um estudo da Organização Mundial da Saúde e ilustram também a situação em Portugal.

O coordenador nacional para a infecção VIH/Sida, Henrique de Barros confirma que o contágio de pessoas com mais de 50 anos tem vindo a aumentar, representando agora 5% do total de casos . "São gerações que viveram o aparecimento da pílula e por isso nunca foram sensibilizadas para a utilização de preservativos. É mais provável que tenham relações desprotegidas", explica. "Além disso, as pessoas agora vivem até mais tarde e mantêm-se sexualmente activas até mais tarde. Por isso, há essa preocupação", diz.

A OMS alerta que o número de idosos infectados está a crescer : nos EUA, a proporção passou de 20% para 25% entre 2003 e 2006; no Brasil duplicou na última década; na Europa rondava os 8% em 2005.

Henrique de Barros diz que o aumento de casos é preocupante. "É preciso lembrar os mais velhos que correm os mesmos riscos do que os jovens. Defendo que é essencial que estas questões sejam discutidas nos centros de saúde, mas também estamos preparar materiais e uma campanha dirigida aos idosos, para o próximo ano."

O responsável lembra que com os avanços no tratamento, os doentes vivem mais tempo e que por isso é natural que os números de pessoas infectadas com mais de 50 anos venha a aumentar.
_________________________________________________________________________________________________
Fonte:SIDAdania Lusófona. Acesso em: 26/03/2009

http://sida-dania2.blogspot.com/2009/03/oms-alerta-para-sida-nos-idosos.html


terça-feira, 24 de março de 2009

COMO EVITAR QUEDAS NOS IDOSOS

por Márcio Borges


“Dona Maria Aparecida, uma idosa forte e sadia de 83 anos, tem costume de tomar seu bromazepan para dormir. Mora sozinha com seu esposo, Seu Ademar, mais enfraquecido, depois da isquemia cerebral que lhe deixou o lado esquerdo do corpo mais lento. Uma bela noite, preocupada com a viagem da filha, com a família, para praia, não conseguiu dormir direito e teve a idéia de tomar mais um pedacinho do bromazepan. Como faz toda noite, levantou-se para urinar. Só que desta vez, ao caminhar para o banheiro, teve uma tonteira forte e caiu. Na queda, à entrada do banheiro, quebrou a perna,mais precisamente a cabeça do fêmur esquerdo. Ficou caída a noite inteira, pois não teve forças para se levantar, e seu marido não ouviu nada, dormindo a noite inteira. Quando a empregada chegou pela manhã, achou estranho que a patroa não tivesse ainda levantado. Qual não foi o susto, quando encontrou-a caída na porta do banheiro, toda urinada, falando coisas confusas e desconexas, pedindo para fazer o café de Ademar!”
A história acima se repete várias vezes, ao longo dos anos, em nossas cidades, testemunhada pelos nossos plantonistas da traumatologia e ortopedia. As quedas não são doenças, é claro, mas um dos piores eventos, uma das piores condições que levam a uma série de problemas e doenças em nossos idosos.
Alguns números:
Ocorrência de quedas por faixas etárias a cada ano:

• 32% em pacientes de 65 a 74 anos
• 35% em pacientes de 75 a 84 anos
• 51% em pacientes acima de 85 anos
• No Brasil, 30% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano.

Conseqüências:

• 5% das quedas resultam em fraturas.
• 5% a 10% resultam em ferimentos importantes necessitando cuidados médicos.
• Mais de dois terços daqueles que têm uma queda cairão novamente nos seis meses subseqüentes.
• Os idosos que caem mais de duas vezes em um período de seis meses devem ser submetidos a uma avaliação de causas tratáveis de queda.
• Quando hospitalizados, permanecem internados o dobro do tempo se comparados aos que são admitidos por outra razão.

No caso de dona Aparecida, o medicamento para dormir foi a causa de sua tonteira e queda (temos certeza que a partir desta queda, dona Aparecida perdeu muito de sua independência e autonomia). Porém, outras causas podem ocasionar as quedas, que vão desde os problemas de saúde do próprio idoso até as condições de moradia e acidentes em vias públicas.
Alguns exemplos de condições e problemas de saúde que podem ocasionar quedas em idosos:

• O próprio envelhecimento é uma condição para predispor quedas, pois há uma lentidão dos reflexos posturais, dificuldades visuais, principalmente à noite, fraqueza muscular das pernas e braços. Lembrar que quanto mais velho for o idoso (idoso longevo), maior o risco de instabilidade postural e de desequilíbrio.
• Outros problemas visuais como a catarata e o glaucoma.
• Doenças neurológicas como a doença de Parkinson e os acidentes vasculares cerebrais.
• Doenças ortopédicas como as osteoartrose e osteoporose.
• Uso de medicamentos para dormir, medicamentos para coração e hipertensão (podem causar tonteiras e pressão baixa).
• quadros de incontinência urinária, principalmente quando houver a necessidade urgente de ir ao banheiro, levantando rápido da cama.

Lembramos que a maioria das quedas ocorre dentro da própria casa! Portanto, muitas das causas de quedas estão dentro de nossa própria casa, ou seja, podemos estar morando com o inimigo! As escadas, o banheiro, a sala de estar, os quartos e a cozinha podem, potencialmente, provocar quedas. Vamos dar alguns exemplos:

• Pisos escorregadios, com superfícies lisas, úmidas e enceradas; pisos irregulares, ainda em construção, tacos soltos ou pisos quebrados.
• Tapetes soltos e desfiados, que podem deslizar e causar tropeções.
• Obstáculos no chão: fios elétricos, brinquedos, mesas pequenas, animais domésticos…
• Iluminação deficiente: luzes fracas, iluminando mal os ambientes, ou luzes mal posicionadas, causando reflexos diretos nos olhos dos idosos.
• Ambientes com várias tonalidades de uma mesma cor: os idosos não distinguem com clareza estes tons( móveis, chãos e portas de uma mesma cor), causando confusão e risco de quedas.
• Camas de altura inadequada, baixa demais ou alta demais.
• Cadeiras baixas e sem braços para apoio.
• Móveis frágeis, principalmente se localizados em corredores onde os idosos os façam também como apoio.
• Escadas sem corrimão e com degraus altos e inapropriados, mal sinalizados, sem pisos antiderrapantes e com iluminação deficiente (ufa!).
• Vasos sanitários baixos e sem apoios laterais.
• Falta de apoios laterais nos boxes, para o banho.
• Calçados inapropriados, não emborrachados nos solados, como chinelinhos de flanela.

Confira, agora mesmo, em sua casa, se há segurança para o idoso transitar, sem risco de quedas. O site CASA SEGURA [http://www.casasegura.arq.br/] nos oferece uma lista para checar com eficiência a segurança de nossa casa!
Algumas medidas preventivas, preconizadas pelas Diretrizes da Associação Médica Brasileira, para reduzir o impacto das quedas em idosos:

• Orientar o idoso sobre os riscos de queda e suas conseqüências. Esta informação poderá fazer a diferença entre cair ou não e, muitas vezes, entre a instalação ou não de uma capacidade.
• Racionalização da prescrição de medicamentos, correção de doses e de combinações inadequadas.
• Redução da ingestão de bebidas alcoólicas.
• Avaliação anual: oftalmológica, da audição e da cavidade oral.
• Avaliação rotineira da visão e dos pés.
• Avaliação com nutricionista para correção dos distúrbios da nutrição.
• Fisioterapia e exercícios físicos (inclusive em idosos frágeis) visando: melhora do equilíbrio e da marcha; fortalecimento da musculatura proximal dos membros inferiores; melhora da amplitude articular; alongamento e aumento da flexibilidade muscular; atividades específicas para pacientes em cadeiras de rodas; identificação dos pacientes que caem com freqüência, encorajando a superar o medo de nova queda através de um programa regular de exercícios. Idosos que se mantêm em atividade, minimizam as chances de cair e aumentam a densidade óssea evitando as fraturas.
• Terapia ocupacional promovendo condições seguras no domicílio (local de maior parte das quedas em idosos); identificando “estresses ambientais” modificáveis; orientando, informando e instrumentalizando o idoso para o seu autocuidado e também os familiares e/ou cuidadores.
• Denunciar suspeita de maus-tratos.
• Correção de fatores de riscos ambientais (por exemplo: instalação de barra de apoio no banheiro e colocação de piso antiderrapante).
• Medidas gerais de promoção de saúde: prevenção e tratamento da osteoporose: cálcio, vitamina D e agentes anti-rearbsortivos; imunização contra pneumonia e gripe; orientação para evitar atividades de maior risco (descer escadas por exemplo) em idosos frágeis desacompanhados.

Fonte: Cuidar de Idosos. Acesso em 24/03/2009.

http://www.cuidardeidosos.com.br/2008/03/16/como-evitar-quedas-nos-idosos/