domingo, 12 de abril de 2009

100 livros essenciais da literatura brasileira


Quais são os 100 livros fundamentais, essenciais, imperdíveis da literatura brasileira? Que romance, poesia, crônica ou conto você não pode deixar de ler na vida? Dom Casmurro, Brás Cubas, Macunaíma, Sargento de Milícias, Grande Sertão Veredas e outras grandes obras do Brasil. A revista Bravo selecionou os 100 melhores livros dos melhores autores do país. Aqueles clássicos que caem no vestibular com 100% de certeza. Um ranking dos livros mais importantes do Brasil. Veja a lista no final do texto.

Escritores costumam ser, até por ofício, bons frasistas. É com essa habilidade em manejar palavras, afinal, que constroem suas obras, e é em parte por causa dela que caem no esquecimento ou passam para a história. Uma dessas frases, famosa, é de um dos autores que figuram nesta edição, Monteiro Lobato: "Um país se faz com homens e livros". Quase um século depois, a sentença é incômoda: o que fazer para fazer deste um Brasil melhor? No que lhe cabe, a literatura ainda não deu totalmente as suas respostas.

Outro grande criador de frases, mais cínico na sua genialidade, é o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, outro autor representado nesta edição. Dizer que "toda unanimidade é burra" é muito mais que um dito espirituoso: significa mesmo uma postura em relação às coisas do mundo e do homem tão crucial quanto aquela do criador do Sítio do Picapau Amarelo.

É evidente que o ranking das 100 obras obrigatórias da literatura brasileira feito nesta edição não encontrará unanimidade entre os leitores. Alguns discordarão da ordem, outros eliminariam títulos ou acrescentariam outros. E é bom que seja assim, é bom que haja o dissenso: ficamos longe da burrice dos cânones dos velhos compêndios e da tradição mumificada.

Embora tenha sua inevitável dose de subjetividade, a seleção feita nesta edição, contudo, está longe de ser arbitrária. Os livros que, em seus gêneros (romance, poesia, crônica, dramaturgia) ajudaram a construir a identidade da literatura nacional não foram desprezados (na relação geral e na ordem). Nem foram deixados de lado aqueles destacados pelas várias correntes da crítica, muito menos os que a própria revista BRAVO!, na sua missão de divulgar o que de melhor tem sido produzido na cultura brasileira, julgou merecer.

O resultado é um guia amplo, ao mesmo tempo informativo e útil. Para o leitor dos livros de ontem e hoje, do consagrado e do que pode apontar para o inovador. Não só para a literatura, mas também, como queria Lobato, para os homens e para o país que ainda temos de construir. A seguir, os 100 livros essenciais da literatura brasileira, listados em ordem alfabética de autor. Leia e divirta-se!

1) Adélia Prado: Bagagem

2) Aluísio Azevedo: O Cortiço

3) Álvares de Azevedo: Lira dos Vinte Anos

4) Noite na Taverna

5) Antonio Callado: Quarup

6) Antônio de Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda

7) Ariano Suassuna: Romance d'A Pedra do Reino

8) Augusto de Campos: Viva Vaia

9) Augusto dos Anjos: Eu

10) Autran Dourado: Ópera dos Mortos

11) Basílio da Gama: O Uruguai

12) Bernando Élis: O Tronco

13) Bernando Guimarães: A Escrava Isaura

14) Caio Fernando Abreu: Morangos Mofados

15) Carlos Drummond de Andrade: A Rosa do Povo

16) Claro Enigma

17) Castro Alves: Os Escravos

18) Espumas Flutuantes

19) Cecília Meireles: Romanceiro da Inconfidência

20) Mar Absoluto

21) Clarice Lispector: A Paixão Segundo G.H.

22) Laços de Família

23) Cruz e Souza: Broquéis

24) Dalton Trevisan: O Vampiro de Curitiba

25) Dias Gomes: O Pagador de Promessas

26) Dyonélio Machado: Os Ratos

27) Erico Verissimo: O Tempo e o Vento

28) Euclides da Cunha: Os Sertões

29) Fernando Gabeira: O que é Isso, Companheiro?

30) Fernando Sabino: O Encontro Marcado

31) Ferreira Gullar: Poema Sujo

32) Gonçalves Dias: I-Juca Pirama

33) Graça Aranha: Canaã

34) Graciliano Ramos: Vidas Secas

35) São Bernardo

36) Gregório de Matos: Obra Poética

37) Guimarães Rosa: O Grande Sertão: Veredas

38) Sagarana

39) Haroldo de Campos: Galáxias

40) Hilda Hilst: A Obscena Senhora D

41) Ignágio de Loyola Brandão: Zero

42) João Antônio: Malagueta, Perus e Bacanaço

43) João Cabral de Melo Neto: Morte e Vida Severina

44) João do Rio:A Alma Encantadora das Ruas

45) João Gilberto Noll: Harmada

46) João Simões Lopes Neto: Contos Gauchescos

47) João Ubaldo Ribeiro: Viva o Povo Brasileiro

48) Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha

49) Jorge Amado: Gabriela, Cravo e Canela

50) Terras do Sem Fim

51) Jorge de Lima: Invenção de Orfeu

52) José Cândido de Carvalho: O Coronel e o Lobisomen

53) José de Alencar: O Guarani

54) Lucíola

55) José J. Veiga: Os Cavalinhos de Platiplanto

56) José Lins do Rego: Fogo Morto

57) Lima Barreto: Triste Fim de Policarpo Quaresma

58) Lúcio Cardoso: Crônica da Casa Assassinada

59) Luis Fernando Verissimo: O Analista de Bagé

60) Luiz Vilela: Tremor de Terra

61) Lygia Fagundes Telles: As Meninas

62) Seminário dos Ratos

63) Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas

64) Dom Casmurro

65) Manuel Antônio de Almeida: Memórias de um Sargento de Milícias

66) Manuel Bandeira: Libertinagem

67) Estrela da Manhã

68) Márcio Souza: Galvez, Imperador do Acre

69) Mário de Andrade: Macunaíma;

70) Paulicéia Desvairada

71) Mário Faustino: o Homem e Sua Hora

72) Mário Quintana: Nova Antologia Poética

73) Marques Rebelo: A Estrela Sobe

74) Menotti Del Picchia: Juca Mulato

75) Monteiro Lobato: O Sítio do Pica-pau Amarelo

76) Murilo Mendes: As Metamorfoses

77) Murilo Rubião: O Ex-Mágico

78) Nelson Rodrigues: Vestido de Noiva

79) A Vida Como Ela É

80) Olavo Bilac: Poesias

81) Osman Lins: Avalovara

82) Oswald de Andrade: Serafim Ponte Grande

83) Memórias Sentimentais de João Miramar

84) Otto Lara Resende: O Braço Direito

85) Padre Antônio Vieira: Sermões

86) Paulo Leminski: Catatau

87) Pedro Nava: Baú de Ossos

88) Plínio Marcos: Navalha de Carne

89) Rachel de Queiroz: O Quinze

90) Raduan Nassar: Lavoura Arcaica

91) Um Copo de Cólera

92) Raul Pompéia: O Ateneu

93) Rubem Braga: 200 Crônicas Escolhidas

94) Rubem Fonseca: A Coleira do Cão

95) Sérgio Sant'Anna: A Senhorita Simpson

96) Stanislaw Ponte Preta: Febeapá

97) Tomás Antônio Gonzaga: Marília de Dirceu

98) Cartas Chilenas

99) Vinícius de Moraes: Nova Antologia Poética

100) Visconde de Taunay: Inocência

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Fonte: Educar para Crescer. Acesso em: 10/04/2009

http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/100-livros-essenciais-398904.shtml

terça-feira, 7 de abril de 2009

Alzheimer 'dá sinal' no cérebro décadas antes de se manifestar, diz estudo

Uma pesquisa britânica sugere que jovens adultos com uma variação genética que aumenta o risco do Mal de Alzheimer apresentam mudanças na atividade cerebral décadas antes dos sintomas da doença aparecerem.

O estudo fornece pistas para que os cientistas compreendam a razão pela qual algumas pessoas desenvolvem a doença e pode significar a criação de exames que indiquem pessoas em risco.

Diferenças na região do cérebro que envolve a memória, conhecida como hipocampo, já foram mostradas em pessoas de meia idade e idosas que possuem uma variação do gene APOE4.

Mas a pesquisa britânica é a primeira a mostrar hiperatividade no hipocampo em pessoas jovens e saudáveis e a primeira a mostrar que o cérebro de quem possui esta variação genética se comporta da forma diferente, mesmo durante o descanso.

Já se sabia que uma pessoa que tem uma variação do gene APOE4 tem quatro vezes mais risco de desenvolver a doença. Pessoas que têm duas cópias do gene apresentam dez vezes mais risco de sofrer de Alzheimer.

Mas nem todas as pessoas que carregam a variante do gene vão desenvolver a doença. Os pesquisadores destacam até que a maioria dos que têm o APOE4 não vão desenvolver a doença.

A pesquisa, realizada pela Universidade de Oxford e pelo Imperial College de Londres, foi publicada na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences.


Ressonância

O estudo usou exames de ressonância magnética (fMRI) realizados na Universidade de Oxford para comparar a atividade dentro dos cérebros de 36 voluntários, sendo que 18 deles possuíam pelo menos uma cópia do gene APOE4.

Todos os voluntários no estudo tinham entre 20 e 35 anos e todos realizaram normalmente tarefas para testar suas habilidades cognitivas.

Os pesquisadores observaram como os cérebros dos voluntários se comportavam enquanto eles estavam descansando e enquanto eles realizavam uma tarefa relacionada à memória. Mesmo quando os que possuíam o gene APOE4 estavam descansando, os pesquisadores observaram padrões diferentes de atividade cerebral entre os que tinham o gene e os que não tinham.

Os exames mostraram diferenças visíveis na forma como o hipocampo se relacionou com o resto do cérebro.

"Mostramos que a atividade cerebral é diferente em pessoas com esta versão do gene, mesmo décadas antes do desenvolvimento de qualquer problema de memória", disse Clare Mackay, do Departamento de Psiquiatria e Centro de Ressonância Magnética do Cérebro da Universidade de Oxford, uma das líderes do estudo.

"Também mostramos que esta forma de ressonância magnética, na qual a pessoa apenas se deita sem fazer nada, é sensível o bastante para pegar estas mudanças. Estes são os empolgantes primeiros passos em direção à perspectiva de que um simples exame será capaz de distinguir quem vai desenvolver Alzheimer", acrescentou.


Cérebros exaustos

"Nossos cérebros são sempre ativos - nossas mentes vagam mesmo quando não estamos realizando tarefas específicas", disse Christian Beckmann, outro autor do estudo, da Divisão de Neurociência e Saúde Mental do Imperial College de Londres.

"Ficamos surpresos de ver que mesmo os voluntários com o gene APOE4 que não estavam fazendo nada, tinham a parte da memória no cérebro trabalhando mais do que nos outros voluntários."

"Nem todos os portadores do APOE4 vão desenvolver o Mal de Alzheimer, mas faria sentido se em algumas pessoas, a parte do cérebro relativa à memória ficasse exausta com o excesso de trabalho e isto contribuísse para a doença", acrescentou.

"Esta teoria tem como apoio estudos que descobriram o padrão oposto em pessoas que desenvolveram o Mal de Alzheimer, com estas pessoas mostrando menos atividades do que o normal na parte do cérebro relativa à memória."

Mas, para o neurocientista da Universidade de Cambridge, Peter Nestor, é preciso ver o estudo com cautela.

"As descobertas deste estudo são interessantes, mas não devem ser mal interpretada para significar que o Mal de Alzheimer já começa a se desenvolver neste grupo de voluntários saudáveis e jovens."

"Será um desafio para pesquisas futuras observar se as diferenças observadas naqueles com o gene APOE4 podem oferecer uma pista para descobrir o que torna alguns cérebros mais suscetíveis ao Alzheimer", acrescentou.

Fonte: BBC Brasil. Aceso em: 07/04/2009

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2009/04/090407_alzheimercerebrofn.shtml

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Velhice é um estado de espírito

André Cezar de Oliveira Lima

Certo dia, aos dezesseis anos de minha vida, em um arroubo de estupidez adolescente, disse a uma amigo, mais velho, que tanto fazia se eu votasse nesse ou naquele candidato a um cargo político que não me lembro agora qual era.

Esse amigo me disse uma coisa que nunca mais esqueci: “Eu já vi velhos de 16 anos e já vi jovens de 80 anos, Eu não gostaria de olhar para você e ver um velho de 16 anos”.

É verdade. Agora que trabalho com velhos e novos de mais de 60 anos percebo que velhice nada mais é que um estado de espírito.

Segue um poema de Florbela Espanca, uma velhinha que desistiu de viver aos 36 anos.


Velhinha

Florbela Espanca


Se os que me viram já cheia de graça
Olharem bem de frente para mim,
Talvez, cheios de dor, digam assim:
"Já ela é velha! Como o tempo passa"!..."




Não sei rir e cantar por mais que faça!
Ó minhas mãos talhadas em marfim,
Deixem esse fio de oiro que esvoaça!
Deixem correr a vida até ao fim!

Tenho vinte e três anos! Sou velhinha!
Tenho cabelos brancos e sou crente...
Já murmuro orações... falo sozinha...

E o bando cor-de-rosa dos carinhos
Que tu me fazes, olho-os indulgente,
Como se fosse um bando de netinhos...

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Fonte: Projeto Releituras. Acesso em: 07/04/2009

http://www.releituras.com/fespanca_menu.asp